História dos Agapornis

 

Agapornis

 

É um género de aves psitaciformes, onde se classificam os inseparáveis, pássaros-do-amor ou periquito-namorado. São aves barulhentas e activas em liberdade e cativeiro, e dadas a demonstrações de afecto para com membros da sua espécie e donos humanos.
 
Vivem em regiões secas relativamente arborizadas. É uma ave colorida e pequena, que atinge por volta de 15/17 cm (variando pouco de espécie para espécie).
 
Vivem em pequenos bandos. Alimentam-se essencialmente de fruta, vegetais, ervas e sementes.

 

 

Espécies e habitats

 

Oito nas nove espécies de Agapornis podem ser encontradas na África continental.
Uma é originária de Madagascar (Agapornis Canus, Agapornis Roseicollis pode ser encontrada em Angola e na Namíbia.
A espécie Agapornis  Personata encontra-se na Tanzânia. Cada espécie tem uma distribuição geográfica distinta.
 
 
 

As espécies de Agapornis são:

 

 

 

 

Aves do amor

 

 
Os Agapornis, quando vistos na natureza, voam sempre aos pares.
Após o acasalamento, o casal raramente se separa, permanecendo unidos até morrerem. Se for criado sozinho, torna.se triste e reservado numa primeira fase, e numa fase posterior pode vir a morrer de tristeza.
Um casal manifesta a sua ligação efectuando alopreening mutuamente, foi este comportamento que deu origem a serem chamados inseparáveis, quando se aproxima a época de reprodução o macho começa a alimentar a fêmea com maior frequência e ocasionalmente este tipo de comportamento é recíproco. Em cativeiro dois machos ou duas fêmeas podem se comportar como sendo um verdadeiro casal se não tiverem acesso a parceiros do sexo oposto.
Essa necessidade de viver aos pares leva a  que sejam conhecidos por Inseparáveis ou Aves do Amor ( Love Birds ). Podem tornar-se muito sociáveis com os seus donos, mas precisam de muita atenção e carinho.
 

fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Agapornis

 

 

Hibridos e mestiços II - Psitacídeos

A hibridos e mestiços na criação de psitacideos

Por Pedro Ramalho e Ricardo Pereira

Antes de mais à que esclarecer o significado dos dois termos usados neste artigo.

Híbrido : Resultado do cruzamento entre duas variedades de uma só espécie e que apresenta um aspecto intermédio entre as duas variedades. Tem como característica principal ser SEMPRE fértil, o que já não acontece no mestiço.

Mestiço: resultado do cruzamento entre DUAS espécies, apresenta também um aspecto intermédio, mas não deverá ser fértil, quanto maior for a fertilidade dos mestiços maior é a proximidade entre as espécies, se ela for de 95% ou mais , devem ser consideradas subespécies ou variantes regionais, e não espécies separadas, e a sua descendência deve ser considerada HIBRIDOS e não MESTIÇOS.

Na criação de aves exóticas o aparecimento de híbridos é muito frequente já, o aparecimento de mestiços é muito raro, os híbridos aparecem por varias razões, sendo o desconhecimento a causa mais frequente, quando o criador inexperiente começa a criar psitacídeos começa muitas vezes por uma de três espécies : Periquitos ondulados, caturras, ou Agapornis, os periquitos e as caturras são facilmente identificáveis e não dão origem a confusões por parte do criador, e de qualquer maneira não se conhecem híbridos (nenhuma das espécies tem subespécies apenas variações cromáticas cujos cruzamentos não serão considerados híbridos).

No caso dos Agapornis a situação é diferente há duas espécies muito comuns e uma delas tem 4 subespécies das quais duas são muito frequentes em Portugal , são elas Agapornis roseicollisA. personatus personatus, e A. personatus fischeri, o cruzamento entre as subespécies de Personata são híbridos e são muito comuns, sendo cada vez mais raros os indivíduos que não revelam alguns sinais de hibridização. Esta acontece por várias razões:

- Compra de indivíduos não típicos da raça ( é frequente devido ao desconhecimento do comprador e do vendedor das características das aves puras),

- Vendedores que são capazes de vender a mesma ave como Fischer ou Personata dependendo do cliente querer um Fischer ou Personata, no caso de o criador criar em colónias pode acontecer o cruzamento das duas subespécies.

Embora estes híbridos sejam férteis a sua produção deve ser fortemente desencorajada, uma vez que não se ganha nada com o seu cruzamento , e perde-se o fenotipo típico da variedade.

Outra situação é o pequeno criador que tem dois ou três casais e por qualquer motivo tem um macho de uma subespécie e uma fêmea de outra, e em vez de tentar arranjar os parceiros correctos acasala as duas aves.

Depois a situação de criadores que fazem o cruzamento com outras subespécies para passarem mutações de umas para outras e, no caso de criadores inconscientes, as crias são vendidas como representantes da espécie em que a mutação for mais valorizada, assim são vendidos por exemplo como Fischers azuis em vez de Personatas azuis porque estes são mais valorizados; no caso do criador mais consciente e preocupado com a sua reputação, o procedimento é vender as aves de trabalho (que são usadas para obter o produto final e depois são descartados), para um Importador ou uma loja ficando depois o comerciante com a responsabilidade de vender as aves e não tentar vender gato por lebre.

Um caso especial é o da Rosela Adelaide, que é um híbrido natural entre a Rosela Amarela e a Rosela Penant, estas subespécies ficaram em tempos isoladas em duas zonas separadas da Austrália, sofreram evolução e as duas subespécies mudaram a sua aparência externa (mas só na cor uma vez que as marcações são iguais) e quando a separação acabou na fronteira da zona de distribuição apareceu uma ave intermédia que varia imenso de aparência podendo ser quase amarela ou vermelha alaranjada , embora em avicultura a tendência seja de cruzar duas Adelaides juntas, pode-se cruzar Penant x Amarela para obter Adelaides. Aliás, seria interessante fazê-lo para passar a mutação azul da Rosela penant para a Amarela.

O outro caso de híbrido fértil que neste momento é muito comum em avicultura, é o Periquito de colar´Alexandrino cujo interesse é que permite passar as mutações do Periquito de colar para o Alexandrino, mas com perdas a nível fenotipico muito grandes razão pela qual só deve ser praticada por criadores que tenham possibilidade de ter vários casais e sejam capazes de fazer um melhoramento posterior a nível de tamanho e marcações, e ao mesmo tempo manter a mutação.

Os mestiços; pela sua própria natureza os mestiços em avicultura são mais raros que os híbridos, sendo por definição estéril a sua propagação é difícil, tendo o cruzamento das duas espécies originais de ser repetido todas as vezes que se quiser obter novos mestiços. O mestiço mais popular em Avicultura é o do Canário x Pintassilgo uma vez que tem a reputação de ser um excelente cantor . Nos psitacideos os mestiços são acidentais e resultam mais do desconhecimento do avicultor do que um plano definido para obter aves com características especificas ou mesmo por uma questão de ver se é possível !

Com efeito ao contrário do que se passa nos exóticos e nos fringilídeos europeus, os criadores de psitacideos não fazem na maioria dos casos cruzamentos inter-espécies, a expeção são os criadores americanos que devido ao grande mercado de Aves de estimação criadas a mão existente nesse pais, fazem muitos cruzamentos destinados a produzir aves com aparência invulgar e que possam pela sua raridade e dificuldade de obtenção uma mais valia a nível económico.

Na verdade muitos donos de animais de estimação querem algo especial e que mais ninguém tenha. Os únicos mestiços que eu vi até hoje em Portugal são : A. roseicollis x A. personata sp.; Forpus celestial x Forpus passerinusForpus celestial x Forpus spectabilis; Turquoisine x Esplendido.

Vários outros mestiços existem em Portugal mas a sua raridade e falta de interesse dos criadores na sua obtenção fazem com que seja difícil de vê-los seja em casa de criadores ou em comerciantes, o mestiço mais comum de longe em Portugal é o de A.roseicollis x A. Personata sp. , a razão principal para a abundância de mestiços dessas duas espécies é o facto de elas acasalarem facilmente e facilmente criarem.

As razões da parte do criador para permitir tal , são as mesmas que para a produção de Híbridos Personata x Fischer, apesar de alguns relatos de mestiços F1 terem sido férteis, em cruzamento com uma espécie mãe, não tenho conhecimento de cruzamentos bem sucedidos entre F1 x F1 e também nunca vi um mestiço de segunda geração, ora como o principal interesse de cruzar Roseicollis com Personatas sp. é o de transferir mutações de uns para os outros e isto ainda não foi feito, leva-me a duvidar da fertilidade dos mestiços F1.

Para concluir devo dizer que embora a ARTE da hibriodologia e mestiçagem seja praticada em muitos tipos de aves e seja respeitada, em psitacideos é vista como um cruzamento de segunda feito por criadores pouco conscenciosos, embora concorde que muitas vezes é assim, continua a haver muitas e boas razões para proceder a hibridação e mesmo a mestiçagem. Eticamente, muitos dos cruzamentos praticados podem ser discutíveis, a contaminação do Genotipo de uma espécie com genes de outra, é muito questionável, assim como a perda de características fenotipicas e genotipicas das varias subespécies, no caso de espécies, ou subespécies raras , NÃO SE DEVE contaminar o Pool genético com a inclusão, de genes estranhos.

O caso do Agapornis personatus nigrigenis é um exemplo típico sendo uma espécie actualmente em perigo no estado selvagem, e depois de uma vaga inicial de aves importadas há 7 anos a espécie começou rarear cada vez mais e começaram a aparecer cruzamentos com o A. personatus, para passar as mutações deste para o Nigrigenis, e para resolver situações de falta de reprodutores, o resultado foi a perda da maior parte do efectivo puro da espécie em Portugal. Por todo isto antes de se proceder a uma mestiçagem ou hibridação, deve-se ter consciência dos riscos envolvidos e de pelo menos por agora não haver mercado para essas aves e, a sua criação ser mal vista por muitos dos nossos colegas.

© Copyright, Pedro Ramalho e Ricardo Pereira 2001

 

 

A hybrid lovebird, resulting from a Black-cheeked Lovebird and a Rosy-faced Lovebird